A vida é uma escolha entre apostas. Virar à esquerda ou à direita na bifurcação da estrada, ficar com Ricardo ou com o João, sabendo que nenhuma das escolhas garante fortuna ou felicidade. O melhor que se pode fazer é avaliar as chances. Cada decisão da vida equivale a escolher qual bilhete de loteria comprar. Todo organismo tem que fazer uma aposta a cada vez que seu corpo se move. “Irei à padaria agora ou mais tarde? Agora esta muito quente. Não quero sair nesse sol. Mas mais tarde pode ser que minha croissant já tenha acabado ou terei que ficar mais tempo na fila.” Cada escolha tem uma infinidade consequências. O homem pesa mentalmente cada consequência de cada ação a fim de escolher a decisão com o melhor custo benefício. A ponderação das consequências então fica a critério das informações que se dispõe. Por isso, talvez, os cérebros se desenvolveram tanto. Por causa do valor das informações, as quais os cérebros foram projetados para processar. Quanto mais informações das possíveis consequências, mais otimizada será sua tomada de decisão. Entretanto, o homem, por maior que seja seu cérebro, não é onisciente. Ele não conhece as infinitas consequências que podem resultar de cada tomada de decisão. Uma destas consequências não premeditada poderia mudar totalmente a sua vida. Por exemplo, se você for à padaria, mesmo que debaixo do sol quente, e conhecer a mãe de seus filhos na fila do caixa. Uma consequência que não se levaria em conta todos os dias. Haja vista a quantidade das combinações possíveis de cada caminho a se tomar em uma ação. Somos crentes em nossas ações. Não importa o quão bom você seja em estatística, não há garantia de certezas. Uma escolha poderá mudar tudo.
"Escolher é Perder"...ou ganhar ?
A vida é uma escolha entre apostas. Virar à esquerda ou à direita na bifurcação da estrada, ficar com Ricardo ou com o João, sabendo que nenhuma das escolhas garante fortuna ou felicidade. O melhor que se pode fazer é avaliar as chances. Cada decisão da vida equivale a escolher qual bilhete de loteria comprar. Todo organismo tem que fazer uma aposta a cada vez que seu corpo se move. “Irei à padaria agora ou mais tarde? Agora esta muito quente. Não quero sair nesse sol. Mas mais tarde pode ser que minha croissant já tenha acabado ou terei que ficar mais tempo na fila.” Cada escolha tem uma infinidade consequências. O homem pesa mentalmente cada consequência de cada ação a fim de escolher a decisão com o melhor custo benefício. A ponderação das consequências então fica a critério das informações que se dispõe. Por isso, talvez, os cérebros se desenvolveram tanto. Por causa do valor das informações, as quais os cérebros foram projetados para processar. Quanto mais informações das possíveis consequências, mais otimizada será sua tomada de decisão. Entretanto, o homem, por maior que seja seu cérebro, não é onisciente. Ele não conhece as infinitas consequências que podem resultar de cada tomada de decisão. Uma destas consequências não premeditada poderia mudar totalmente a sua vida. Por exemplo, se você for à padaria, mesmo que debaixo do sol quente, e conhecer a mãe de seus filhos na fila do caixa. Uma consequência que não se levaria em conta todos os dias. Haja vista a quantidade das combinações possíveis de cada caminho a se tomar em uma ação. Somos crentes em nossas ações. Não importa o quão bom você seja em estatística, não há garantia de certezas. Uma escolha poderá mudar tudo.
Fractais e os Grupos Sociais
O
fractal. Resumidamente, um fractal é uma forma geométrica que pode
ser dividida em partes que são, cada uma, tão complexas quanto o formato
original da figura. Ou seja: após essa divisão, cada parte terá sempre o
mesmo formato da figura original.
Considere
uma árvore: os principais galhos são tão complexos quanto a árvore em
si. Em
essência, o galho é "uma
cópia em escala reduzida do todo". Um galho plantado no chão seria indistinguível de
uma árvore. Iterativamente, os galhos dos galhos são eles próprios cópias
em escala reduzida da árvore, e assim por diante.
Adicionalmente,
considere imagens geradas por computador que tenham qualidades fractais.
Nesse caso, desenha-se uma estrutura complexa que aparentemente possui bordas
irregulares, conquanto bem definidas. Uma análise mais detalhada de uma
borda vai revelar uma estrutura que é tão complexa quanto a imagem
original. Mantendo-se esse procedimento iterativamente, uma análise mais
detalhada da borda dessa borda irá revelar novas e igualmente complexas
estruturas, ad infinitum.
A
ideia básica é que cada observação revela uma nova complexidade e
singularidade.
A
topologia da sociedade possui qualidades fractais. Partindo-se de um
ponto de vista global, tendemos a ver os países como agregados
homogêneos. Pressupomos que cada país possui certos atributos que
automaticamente se reproduzem em todos os seus habitantes — existem chineses,
existem americanos, existem indianos, existem russos e existem brasileiros.
De
acordo com essa visão, o cidadão A do país X nada mais é do que uma
personificação ideal das características agregadas que são atribuídas a
X. Imediatamente alegamos saber tudo sobre A simplesmente porque sabemos
que A é um cidadão de X. "Eles agem dessa forma porque ele é francês
e ela é russa". Essa é uma maneira perigosa e excessivamente
simplista de classificar homens e mulheres que agem, como veremos.
Vamos
aplicar o conceito de fractais e centrar nossa atenção apenas em um grupo
social X qualquer. Olhando-se exclusivamente para X, percebemos variações
complexas dentro do grupo. Ao invés de um grupo homogêneo, descobrimos
uma diferença que é similar à complexidade observada em relação aos países do
mundo. Um país é formado por diferentes estados ou regiões. Cada estado, por
diferentes cidades. Em cada cidade, instituições e ou grupos sócias dos mais
diferentes. E dentro de um grupo social, uma complexidade individual sem
tamanho. Pegando-se um grupo social X qualquer como exemplo, é possível
perceber diferenças gritantes entre seus componentes. Repentinamente, um grupo
social, que até então víamos como um uma entidade homogêneo passa a ser o
agregado de várias pessoas singulares.
Seríamos arrogantes a
ponto de criar o tipo ideal de grupo social? Um indivíduo dentro de um
grupo tem dificuldades para visualizar as diferenças existentes em outro grupo.
A habilidade de generalizar, por vezes, impede de perceber a complexidade de
algo que parece óbvio e homogêneo à primeira vista. Uma vez feito uma análise
mais detalhada revela-se variações dentro de um grupo que são tão complexas
quanto aquelas entre os países. À medida que vamos aprofundando essa
análise iterativa percebemos um padrão de diferenças ad infinitum.
They're Made Out of Meat” (Eles são feitos de carne)
"- Eles são
feitos de carne.
-Carne?
-Carne?
-Carne. Eles são
feitos de carne.
-Carne?
-Carne?
-Não há dúvidas quanto
a isso. Escolhemos vários de diferentes partes do planeta, trouxemos para bordo
de nossas naves de reconhecimento, cutucamos por toda parte. Eles são
inteiramente carne.
-Isso é impossível. E quanto aos sinais de rádio? As mensagens para as estrelas?
-Eles usam as ondas de rádio para conversar, mas os sinais não provêm deles. Os sinais vêm de máquinas.
-Então quem fez as máquinas? É com esses que queremos entrar em contato.
-Eles fizeram as máquinas. E isso que estou tentando dizer ao senhor. A carne fez as máquinas.
-Isso é ridículo. Como é que carne pode fazer uma máquina? Você está me pedindo para acreditar em carne senciente.
-Não estou pedindo, estou afirmando. Essas criaturas são a única raça senciente no setor, e são feitas de carne.
-Talvez sejam iguais aos Orfolei. Você sabe, uma inteligência de base carbônica que passa por um estágio de carne.
-Não. Eles nascem carne e morrem carne. Nós os estudamos em várias de suas durações de vida, que não são muito longas. O senhor tem alguma ideia da a duração de vida da carne?
-Não me interessa. Tudo bem, talvez eles sejam apenas parcialmente de carne. Você sabe, como os Weddilei. Uma cabeça de carne com um cérebro de plasma de elétrons em seu interior.
-Não, pensamos nisso, já que eles de fato têm cabeças de carne como os Weddilei. Mas eu lhe disse, nós os cutucamos. Eles são de carne por inteiro.
-Sem cérebro?
-Ah, existe um cérebro, sim. Só que o cérebro é feito de carne!
-Então... o que é que pensa?
-O senhor não está compreendendo, não é mesmo? É o cérebro que pensa. A carne.
-Carne pensante! Você está me pedindo para acreditar em carne pensante!
-Sim, carne pensante! Carne consciente! Carne que ama. Carne que sonha. A carne é tudo! O senhor está percebendo?
-Isso é impossível. E quanto aos sinais de rádio? As mensagens para as estrelas?
-Eles usam as ondas de rádio para conversar, mas os sinais não provêm deles. Os sinais vêm de máquinas.
-Então quem fez as máquinas? É com esses que queremos entrar em contato.
-Eles fizeram as máquinas. E isso que estou tentando dizer ao senhor. A carne fez as máquinas.
-Isso é ridículo. Como é que carne pode fazer uma máquina? Você está me pedindo para acreditar em carne senciente.
-Não estou pedindo, estou afirmando. Essas criaturas são a única raça senciente no setor, e são feitas de carne.
-Talvez sejam iguais aos Orfolei. Você sabe, uma inteligência de base carbônica que passa por um estágio de carne.
-Não. Eles nascem carne e morrem carne. Nós os estudamos em várias de suas durações de vida, que não são muito longas. O senhor tem alguma ideia da a duração de vida da carne?
-Não me interessa. Tudo bem, talvez eles sejam apenas parcialmente de carne. Você sabe, como os Weddilei. Uma cabeça de carne com um cérebro de plasma de elétrons em seu interior.
-Não, pensamos nisso, já que eles de fato têm cabeças de carne como os Weddilei. Mas eu lhe disse, nós os cutucamos. Eles são de carne por inteiro.
-Sem cérebro?
-Ah, existe um cérebro, sim. Só que o cérebro é feito de carne!
-Então... o que é que pensa?
-O senhor não está compreendendo, não é mesmo? É o cérebro que pensa. A carne.
-Carne pensante! Você está me pedindo para acreditar em carne pensante!
-Sim, carne pensante! Carne consciente! Carne que ama. Carne que sonha. A carne é tudo! O senhor está percebendo?
- Oh, meu Deus. Então é sério.
Eles são feitos de carne.
- Obrigado. Finalmente. Sim. De fato, eles são feitos de carne. E eles vêm tentando nos contatar há quase cem de seus anos.
- Oh, meu Deus. No que esta carne estava pensando?
- Primeiro, nos encontrar e falar conosco. Então, eu imagino que queira explorar o Universo, contatar outros seres inteligentes, trocar conhecimento e informação. O de sempre.
- Nós vamos ter que conversar com carne.
- Esta é a idéia. Esta é a mensagem que eles estão enviando para o espaço em ondas de rádio. “Alô. Alguém aí?” Essas coisas.
- Então eles realmente falam. Eles usam palavras, idéias, conceitos?
- Oh, sim. Mas eles o fazem com carne.
- Achei que eles usassem ondas de rádio.
- E usam, mas o que você acha que está nas ondas de rádio? Sons de carne. Sabe, aquele barulho que você faz quando bate em carne ou a sacode? Eles falam batendo sua carne uma na outra. Eles conseguem até cantar, vibrando o ar usando sua carne.
- Oh, meu Deus. Carne que canta. Isso é demais. Então, o que você sugere?
- Oficialmente ou extra-oficialmente?
- Ambos.
- Oficialmente, devemos contatar, cumprimentar e recrutar toda e qualquer forma de vida inteligente neste quadrante do Universo, sem prejudicar, temer ou favorecer nenhuma delas. Extra-oficialmente, acho que devemos apagar as gravações e esquecer a coisa toda.
- Eu esperava que você dissesse isso.
- Isso parece cruel, mas há um limite. Ou nós queremos mesmo fazer contato com carne?
- Concordo plenamente. O que poderíamos dizer? “Olá, carne, como vai?” Mas isso vai dar certo? Quero dizer, com quantos planetas estamos lidando aqui?
- Apenas um. Eles podem viajar a outros planetas em naves especiais de carne, mas não podem viver neles. E sendo carne, eles podem viajar apenas através do espaço C, o que os limita à velocidade da luz e torna a possibilidade de eles virem a fazer contato muito pequena. Infinitesimal, aliás.
- Então, vamos simplesmente fingir que não há ninguém no Universo.
- É isso.
- Cruel. Mas, como você disse, quem quer conhecer carne? E quanto àqueles que trouxemos a bordo, os que você testou? Tem certeza de que eles não vão se lembrar?
- Serão considerados insanos se lembrarem. Entramos em suas mentes e alisamos sua carne, então seremos apenas um sonho para eles
- Sonhados por carne! Estranhamente apropriado, sermos sonhados por carne.
- E marcamos o setor todo como “não-ocupado”.
- Bom. De acordo, oficial e extra-oficialmente. Caso encerrado. Algum outro? Alguém interessante neste canto da galáxia?
- Sim, um tímido mas gentil núcleo central de inteligência de hidrogênio numa estrela classe 9 na zona G445. Estava em contato há dois ciclos, deseja ser amigável novamente.
- Eles sempre voltam.
- E por que não voltariam? Imagine como o Universo seria terrível para alguém que estivesse sozinho…”
- Obrigado. Finalmente. Sim. De fato, eles são feitos de carne. E eles vêm tentando nos contatar há quase cem de seus anos.
- Oh, meu Deus. No que esta carne estava pensando?
- Primeiro, nos encontrar e falar conosco. Então, eu imagino que queira explorar o Universo, contatar outros seres inteligentes, trocar conhecimento e informação. O de sempre.
- Nós vamos ter que conversar com carne.
- Esta é a idéia. Esta é a mensagem que eles estão enviando para o espaço em ondas de rádio. “Alô. Alguém aí?” Essas coisas.
- Então eles realmente falam. Eles usam palavras, idéias, conceitos?
- Oh, sim. Mas eles o fazem com carne.
- Achei que eles usassem ondas de rádio.
- E usam, mas o que você acha que está nas ondas de rádio? Sons de carne. Sabe, aquele barulho que você faz quando bate em carne ou a sacode? Eles falam batendo sua carne uma na outra. Eles conseguem até cantar, vibrando o ar usando sua carne.
- Oh, meu Deus. Carne que canta. Isso é demais. Então, o que você sugere?
- Oficialmente ou extra-oficialmente?
- Ambos.
- Oficialmente, devemos contatar, cumprimentar e recrutar toda e qualquer forma de vida inteligente neste quadrante do Universo, sem prejudicar, temer ou favorecer nenhuma delas. Extra-oficialmente, acho que devemos apagar as gravações e esquecer a coisa toda.
- Eu esperava que você dissesse isso.
- Isso parece cruel, mas há um limite. Ou nós queremos mesmo fazer contato com carne?
- Concordo plenamente. O que poderíamos dizer? “Olá, carne, como vai?” Mas isso vai dar certo? Quero dizer, com quantos planetas estamos lidando aqui?
- Apenas um. Eles podem viajar a outros planetas em naves especiais de carne, mas não podem viver neles. E sendo carne, eles podem viajar apenas através do espaço C, o que os limita à velocidade da luz e torna a possibilidade de eles virem a fazer contato muito pequena. Infinitesimal, aliás.
- Então, vamos simplesmente fingir que não há ninguém no Universo.
- É isso.
- Cruel. Mas, como você disse, quem quer conhecer carne? E quanto àqueles que trouxemos a bordo, os que você testou? Tem certeza de que eles não vão se lembrar?
- Serão considerados insanos se lembrarem. Entramos em suas mentes e alisamos sua carne, então seremos apenas um sonho para eles
- Sonhados por carne! Estranhamente apropriado, sermos sonhados por carne.
- E marcamos o setor todo como “não-ocupado”.
- Bom. De acordo, oficial e extra-oficialmente. Caso encerrado. Algum outro? Alguém interessante neste canto da galáxia?
- Sim, um tímido mas gentil núcleo central de inteligência de hidrogênio numa estrela classe 9 na zona G445. Estava em contato há dois ciclos, deseja ser amigável novamente.
- Eles sempre voltam.
- E por que não voltariam? Imagine como o Universo seria terrível para alguém que estivesse sozinho…”
“They're Made Out of Meat”- (Terry Bisson)
Em Cada Mente um Mundo Diferente
A concepção de interpretação pode
ser entendida como a construção do significado de determinada sentença, oral ou
escrita, de uma imagem ou mesmo de um som. Interpretar é atribuir significados.
Se o mecanismo de atribuição de significados for da maneira citada na última postagem, vê que duas pessoas dificilmente terão a mesma interpretação sobre
algo. O conteúdo das sacolas é diferente para cada história de vida. Porem, as
pessoas não se dão conta desta diferença. Elas acham que o modo como elas
enxergam as coisas são vista da mesma maneira por outras pessoas. Isto reforça
e conforta seu ponto de vista. Às vezes, é tão gritante a diferença de
atribuição de valores entre duas pessoas para determinados conceitos. Por isso, as incansáveis discussões, as argumentações
ou mesmo o apelo para a força. As guerras são um exemplo claro do resultado da
falta de comunicação, do diálogo. Falta de tolerância para querer conhecer outros
pontos de vista. Um ponto de vista querendo sobrepor outro acreditando que o
seu é o melhor ou o único. Os homens vivem em mundos diferentes. O que sou eu
além do que penso do mundo? Com o tempo, fica cada vez mais difícil ter
consciência de outros mundos. Cria-se uma resistência. Pessoas velhas são
conservadoras. O mundo individual vai sendo construído em uma estrutura enorme
de valores corelacionados. Certo momento fica impraticável fazer mudanças
nestes valores. Assim, fica mais fácil reforçar a própria estrutura. Cada novo
conceito é interpretado de modo a reforçar seu mundo particular.
Sacolas e Significados
Alguém se apresenta dizendo que é um cientista.
O que vem à cabeça? Depende. O conceito “cientista” varia, e muito, de pessoa
para pessoa. O significado de uma palavra é individual. O histórico da vida
pessoal (educação, leituras, filmes, relações sociais, etc...) é determinante. O
significado de uma palavra, o mesmo vale para o da imagem ou do som, é
construído com a associação desta palavra a outras palavras, imagens e sons ao
longo das experiências vividas. O significado é um conjunto cujos elementos são
todas as palavras, imagens e sons vivenciados em que aparece o signo. Pode-se
pensar que uma palavra é uma “sacola”. Dentro dela contém todas as palavras,
imagens e sons que foram experimentados quando o contexto era a palavra em
questão. Assim, por exemplo, a palavra agnóstico pode estar dentro da sacola
cientista. Existem vários
cientistas religiosos e outros tantos que não o são, como os cientistas que são agnósticos. Deste modo, para um indivíduo que
cresceu e conheceu muitos mais cientistas agnósticos, quando é apresentado a um
novo cientista, um dos atributos que vem a sua cabeça provavelmente é o
agnosticismo. Para este indivíduo, se não for cauteloso, cientista é um
profissional que, dentre vários outros atributos, deve ser agnóstico. Os homens não falam a mesma língua. Usam os
mesmos símbolos quando falam no mesmo idioma. Mas os conceitos atribuídos a
cada símbolo são diferentes para cada indivíduo. Quanto mais próximo o
histórico de vida mais próximo o conteúdo das sacolas e, por isso, mais fácil a
comunicação e, por conseguinte, a compreensão.
O que se consegue enxergar na figura acima do texto?
Procure dentro de suas "sacolas".
O que se consegue enxergar na figura acima do texto?
Procure dentro de suas "sacolas".
Centenário de Alan Turing
Como fazer uma máquina conversar como um ser
humano? Para conversar, a maquina deve ser apta a escutar e falar. Digamos que
a tarefa de escutar e armazenar as informações ouvidas, mesmo que
temporariamente, não seja difícil para um programador razoável. Mas para fazer falar
de forma coerente com o interlocutor, a máquina deverá ter um mecanismo de raciocínio
semelhante ao dos humanos. Como fazer, então, uma máquina responder uma pergunta
de forma coerente? Para responder perguntas, o software a ser programado
funcionará, falando de forma bem simplificada, quase da mesma maneira como o
Google ou outro buscador de internet funciona. Imagine que se faça a seguinte
pergunta para uma maquina: rei da música brasileira? Para responder, o software
procurará em seu arquivo de sentenças conhecidas todas as frases em que possui
as três palavras: rei, música e brasileira. Cada frase que ele ache contendo
estas três palavras, ele guarda em uma “sacola” separada. Feito a pesquisa em
seu extenso arquivo de sentenças, ele vai agora fazer uma busca dentro da “sacola”.
Procurará, nas frases selecionadas, a palavra que mais se repete. A palavra que
mais se repete certamente será Roberto Carlos. Pronto, tem-se assim, uma
máquina que escuta e fala. Tente conversar com o Ed ou com a Sete. Se você tentou falar
com eles, você deve ter notado que eles fazem muito bem as tarefas de escutar e
responder. Mas ainda não tão naturalmente como qualquer outro ser humano. Mesmo uma
criança tem uma forma articulada o bastante para conversar de modo espontâneo,
seu raciocínio é de longe mais complexo que os dos dois. A parte mais
desafiadora então, depois de abeis em escutar e responder, será fazer com que
os softwares tenham iniciativas próprias para fazer perguntas. Pois esta é uma das
características que descreve a naturalidade. Mas este é um ponto bem delicado. Por
que dar iniciativas para máquinas é dar objetivos muito próximos aos nossos
objetivos. A questão é saber quais são os nossos própios objetivos. Depois, entendê-los
o suficiente para poder programá-los. Enquanto os objetivos das
máquinas forem muito específicos e diferentes dos nossos, elas nos parecerão superficiais
O Estresse Pela Falta de Individualidade
O que
mais estressa o ser humano é a obrigação. Quando não é mais sujeito, passa a
ser objeto. O homem, por mais anencéfalo que seja, não quer obedecer. A vontade
de seus desejos individuais é maior. E o que se contrapõe a suas vontades se torna
um obstáculo, que ocasionalmente gera estresse. Emprego e escola são os
exemplos máximos. Quantos adolescentes que odeiam a escola, mas são obrigados a
irem à escola pelos pais? Quantas pessoas têm o emprego frustrante, pois são
obrigados a se sustentarem tanto materialmente quanto socialmente? “O segredo
para o sucesso é fazer o que gosta”. Óbvio! Se a maioria das pessoas não faz o
que desejam, aquelas que o fazem são únicas, invejadas, e por isso, cunhadas de
pessoas bem sucedidas. Ser bem sucedido é fazer o que lhe proporciona prazer. Sucesso não é questão de dom, é questão de
prazer. Não é difícil observar que há algumas poucas pessoas que fazem o que
gostam. Mas o que impede que todo mundo, então, comece a fazer somente o que
lhe é agradável? Aqui, o ponto mais interessante. Se cada indivíduo agisse como
bem entendesse, não haveria sociedade. Vivendo em sociedade, o homem perde parte
de sua individualidade para o bem da espécie. Os sintomas de estresse são porque
o homem começou a viver em sociedade há pouco. Ainda está em processo de
adaptação. Antes, animal selvagem e indivíduo de suas ações, agora, sociável e
submisso. Com exceção de poucos, quem irão experimentar os diferentes horizontes
da sociedade porque fazem o que desejam, a maioria reproduzirá em larga escala
somente as ações mais bem sucedidas para a espécie.
"O homem criativo não é um homem comum ao qual se acrescentou algo.
Criativo é o homem comum do qual nada se tirou."
(Abraham Maslow)
Song:
Criativo é o homem comum do qual nada se tirou."
(Abraham Maslow)
Song:
A Necessidade de Acreditar
Você conhece algum cético? Impossível! Toda
pessoa necessita acreditar. Por quê? Sem crenças, ou compreenderíamos o
universo em sua totalidade ou não conheceríamos nada dele. Como não somos
deuses e, presunçosamente, pensamos que conhecemos alguma coisa, somos o meio
termo. Por isso, as crenças. Se não temos conhecimentos de tudo, o restante
será via crenças. São justificativas para quais não temos compreensão. O abismo
entre o que pode ser medido por um físico e o que pode causar o comportamento é
a razão porque precisamos atribuir crenças. Sem um corpo fechado de axiomas,
não há ação. Por isso a necessidade de acreditar, para fechar um conjunto de
axiomas para que possamos agir.
Em nosso dia-dia,
todos nós predizemos e procuramos explicações para fala e ou o comportamento de
outras pessoas com base no que achamos que
elas sabem e no que achamos que elas
desejam. Tanto é assim que você consegue marcar um encontro numa data futura. É
por isso que você consegue ter horário para trabalhar, para recolher o lixo ou
assistir novela das ‘nove’. Ao lidar
com outras pessoas, achamos que eles estão achando que nós estamos achamos que
eles estão achando. As fórmulas redutoras possuem exclusiva função de sempre
garantir certeza nos resultados esperados.
Um segundo exemplo a
favor é a atribuição de significados. Epistemologicamente, para compreender
algo, é preciso ter o conceito de outras ideias a partir das quais faremos uma
corelação para entender este algo. Mas quais ideias são estas? Novamente
precisaremos de mais outros conceitos para explicá-los, e assim a até a
completude do universo ou o fim das proposições. Graças à dogmática, reduzimos
as inúmeras possibilidades que o mundo oferece a uma medíocre fórmula da
verdade que a “certeza” para podermos agir. “
Então, um sujeito iminente na dúvida não existe. Pois, além do que, se eu for um sujeito inteiramente cético, me torno dogmático. Dogma de que a dúvida trará utilidade.
Pois o que resta, então? Um dogmático duvidoso. Em certos momentos, tenho de me firmar em um dogma e agir em favor dele, pois senão, fico num estado inerte. Estruturo-me, então, em um dogma, ajo em favor dele e depois se achar outro dogma, com terrenos mais seguros e práticos, agarra-o para poder soltar o antigo e quando achar outro melhor troco novamente. De dogma em dogma, o homem mata o tempo. Encontrará outros dogmas somente quem duvidar sobre dogma em que está. Isso acontecerá apenas se sentires desconforto em seu dogma. É uma questão de equilíbrio entre suas experiências e seu dogma. Se seu dogma dá conta de organizar as suas experiências, não há motivos para duvidar. Entretanto, as experiências têm vontade própria de modo que somos obrigados a reorganizar nossos dogmas de tempos em tempos. Acreditamos porque precisamos agir e agimos porque a natureza nos faz desacreditar.
"Se não chegou, mesmo de leve, a perceber
Que o mundo é sonho, fantasia
Não soube o mundo compreender
Nem a arte de viver
Nem chegou, mesmo de leve, a perceber
Que o mundo é sonho, fantasia
Desengano, alegria
Sofrimento, ironia
Nas asas brancas da ilusão
Nossa imaginação
Pelo espaço, vai, vai, vai
Sem desconfiar
Que mais tarde cai
Para nunca mais voar"
Trecho da Letra Inquietação Ary Barroso
Então, um sujeito iminente na dúvida não existe. Pois, além do que, se eu for um sujeito inteiramente cético, me torno dogmático. Dogma de que a dúvida trará utilidade.
Pois o que resta, então? Um dogmático duvidoso. Em certos momentos, tenho de me firmar em um dogma e agir em favor dele, pois senão, fico num estado inerte. Estruturo-me, então, em um dogma, ajo em favor dele e depois se achar outro dogma, com terrenos mais seguros e práticos, agarra-o para poder soltar o antigo e quando achar outro melhor troco novamente. De dogma em dogma, o homem mata o tempo. Encontrará outros dogmas somente quem duvidar sobre dogma em que está. Isso acontecerá apenas se sentires desconforto em seu dogma. É uma questão de equilíbrio entre suas experiências e seu dogma. Se seu dogma dá conta de organizar as suas experiências, não há motivos para duvidar. Entretanto, as experiências têm vontade própria de modo que somos obrigados a reorganizar nossos dogmas de tempos em tempos. Acreditamos porque precisamos agir e agimos porque a natureza nos faz desacreditar.
"Se não chegou, mesmo de leve, a perceber
Que o mundo é sonho, fantasia
Não soube o mundo compreender
Nem a arte de viver
Nem chegou, mesmo de leve, a perceber
Que o mundo é sonho, fantasia
Desengano, alegria
Sofrimento, ironia
Nas asas brancas da ilusão
Nossa imaginação
Pelo espaço, vai, vai, vai
Sem desconfiar
Que mais tarde cai
Para nunca mais voar"
Trecho da Letra Inquietação Ary Barroso
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