Centenário de Alan Turing


Como fazer uma máquina conversar como um ser humano? Para conversar, a maquina deve ser apta a escutar e falar. Digamos que a tarefa de escutar e armazenar as informações ouvidas, mesmo que temporariamente, não seja difícil para um programador razoável. Mas para fazer falar de forma coerente com o interlocutor, a máquina deverá ter um mecanismo de raciocínio semelhante ao dos humanos. Como fazer, então, uma máquina responder uma pergunta de forma coerente? Para responder perguntas, o software a ser programado funcionará, falando de forma bem simplificada, quase da mesma maneira como o Google ou outro buscador de internet funciona. Imagine que se faça a seguinte pergunta para uma maquina: rei da música brasileira? Para responder, o software procurará em seu arquivo de sentenças conhecidas todas as frases em que possui as três palavras: rei, música e brasileira. Cada frase que ele ache contendo estas três palavras, ele guarda em uma “sacola” separada. Feito a pesquisa em seu extenso arquivo de sentenças, ele vai agora fazer uma busca dentro da “sacola”. Procurará, nas frases selecionadas, a palavra que mais se repete. A palavra que mais se repete certamente será Roberto Carlos. Pronto, tem-se assim, uma máquina que escuta e fala. Tente conversar com o Ed ou com a Sete. Se você tentou falar com eles, você deve ter notado que eles fazem muito bem as tarefas de escutar e responder. Mas ainda não tão naturalmente como qualquer outro ser humano. Mesmo uma criança tem uma forma articulada o bastante para conversar de modo espontâneo, seu raciocínio é de longe mais complexo que os dos dois. A parte mais desafiadora então, depois de abeis em escutar e responder, será fazer com que os softwares tenham iniciativas próprias para fazer perguntas. Pois esta é uma das características que descreve a naturalidade. Mas este é um ponto bem delicado. Por que dar iniciativas para máquinas é dar objetivos muito próximos aos nossos objetivos. A questão é saber quais são os nossos própios objetivos. Depois, entendê-los o suficiente para poder programá-los. Enquanto os objetivos das máquinas forem muito específicos e diferentes dos nossos, elas nos parecerão superficiais

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