Você conhece algum cético? Impossível! Toda
pessoa necessita acreditar. Por quê? Sem crenças, ou compreenderíamos o
universo em sua totalidade ou não conheceríamos nada dele. Como não somos
deuses e, presunçosamente, pensamos que conhecemos alguma coisa, somos o meio
termo. Por isso, as crenças. Se não temos conhecimentos de tudo, o restante
será via crenças. São justificativas para quais não temos compreensão. O abismo
entre o que pode ser medido por um físico e o que pode causar o comportamento é
a razão porque precisamos atribuir crenças. Sem um corpo fechado de axiomas,
não há ação. Por isso a necessidade de acreditar, para fechar um conjunto de
axiomas para que possamos agir.
Em nosso dia-dia,
todos nós predizemos e procuramos explicações para fala e ou o comportamento de
outras pessoas com base no que achamos que
elas sabem e no que achamos que elas
desejam. Tanto é assim que você consegue marcar um encontro numa data futura. É
por isso que você consegue ter horário para trabalhar, para recolher o lixo ou
assistir novela das ‘nove’. Ao lidar
com outras pessoas, achamos que eles estão achando que nós estamos achamos que
eles estão achando. As fórmulas redutoras possuem exclusiva função de sempre
garantir certeza nos resultados esperados.
Um segundo exemplo a
favor é a atribuição de significados. Epistemologicamente, para compreender
algo, é preciso ter o conceito de outras ideias a partir das quais faremos uma
corelação para entender este algo. Mas quais ideias são estas? Novamente
precisaremos de mais outros conceitos para explicá-los, e assim a até a
completude do universo ou o fim das proposições. Graças à dogmática, reduzimos
as inúmeras possibilidades que o mundo oferece a uma medíocre fórmula da
verdade que a “certeza” para podermos agir. “
Então, um sujeito iminente na dúvida não existe. Pois, além do que, se eu for um sujeito inteiramente cético, me torno dogmático. Dogma de que a dúvida trará utilidade.
Pois o que resta, então? Um dogmático duvidoso. Em certos momentos, tenho de me firmar em um dogma e agir em favor dele, pois senão, fico num estado inerte. Estruturo-me, então, em um dogma, ajo em favor dele e depois se achar outro dogma, com terrenos mais seguros e práticos, agarra-o para poder soltar o antigo e quando achar outro melhor troco novamente. De dogma em dogma, o homem mata o tempo. Encontrará outros dogmas somente quem duvidar sobre dogma em que está. Isso acontecerá apenas se sentires desconforto em seu dogma. É uma questão de equilíbrio entre suas experiências e seu dogma. Se seu dogma dá conta de organizar as suas experiências, não há motivos para duvidar. Entretanto, as experiências têm vontade própria de modo que somos obrigados a reorganizar nossos dogmas de tempos em tempos. Acreditamos porque precisamos agir e agimos porque a natureza nos faz desacreditar.
"Se não chegou, mesmo de leve, a perceber
Que o mundo é sonho, fantasia
Não soube o mundo compreender
Nem a arte de viver
Nem chegou, mesmo de leve, a perceber
Que o mundo é sonho, fantasia
Desengano, alegria
Sofrimento, ironia
Nas asas brancas da ilusão
Nossa imaginação
Pelo espaço, vai, vai, vai
Sem desconfiar
Que mais tarde cai
Para nunca mais voar"
Trecho da Letra Inquietação Ary Barroso
Então, um sujeito iminente na dúvida não existe. Pois, além do que, se eu for um sujeito inteiramente cético, me torno dogmático. Dogma de que a dúvida trará utilidade.
Pois o que resta, então? Um dogmático duvidoso. Em certos momentos, tenho de me firmar em um dogma e agir em favor dele, pois senão, fico num estado inerte. Estruturo-me, então, em um dogma, ajo em favor dele e depois se achar outro dogma, com terrenos mais seguros e práticos, agarra-o para poder soltar o antigo e quando achar outro melhor troco novamente. De dogma em dogma, o homem mata o tempo. Encontrará outros dogmas somente quem duvidar sobre dogma em que está. Isso acontecerá apenas se sentires desconforto em seu dogma. É uma questão de equilíbrio entre suas experiências e seu dogma. Se seu dogma dá conta de organizar as suas experiências, não há motivos para duvidar. Entretanto, as experiências têm vontade própria de modo que somos obrigados a reorganizar nossos dogmas de tempos em tempos. Acreditamos porque precisamos agir e agimos porque a natureza nos faz desacreditar.
"Se não chegou, mesmo de leve, a perceber
Que o mundo é sonho, fantasia
Não soube o mundo compreender
Nem a arte de viver
Nem chegou, mesmo de leve, a perceber
Que o mundo é sonho, fantasia
Desengano, alegria
Sofrimento, ironia
Nas asas brancas da ilusão
Nossa imaginação
Pelo espaço, vai, vai, vai
Sem desconfiar
Que mais tarde cai
Para nunca mais voar"
Trecho da Letra Inquietação Ary Barroso
Parte 01:
ResponderExcluirVocê conhece algum ser humano que não acredita em algo?:
Realmente não conheço nenhum que não acredita em nada. Agora a palavra crença possui diferentes aplicações. Sou cético sobre os dogmas cristãos. Afirmar que não acreditar nesses dogmas, não me torno contrário a definição de cético, assim vale frisar, pois aceito a ideia de que existem afirmações que derrubam o sentido da palavra cético.
Veja a palavra gostar, você gosta da sua mãe e da namorada, mas gostar de sua mãe não é o mesmo que afirmar que você possui algum sentimento erótico por ela. Quando afirmo amar alguém, essa minha afirmação realmente assume base dogmatica, porém ela faz parte de uma interação, tornando minhas ações provas dessa afirmação.
Sou cético sobre as afirmações de encontros com ovines, e bules voadores, isso não quer dizer que sou hipócrita por dizer que acredito no amor de minha namorada.
"Sem crenças, ou compreenderíamos o universo em sua totalidade ou não conheceríamos nada dele.": Isso é uma afirmação que eu descordo, ao meu ver você está afirmando que acreditar em uma tese ciêntifica é o mesmo que acreditar em Deus, assim como falei sobre o gostar, não afirmo de que gostar da mãe é o mesmo que sertir-se atraído por ela("Freud diria") já que gostamos também de nossas namoradas. Uma nota de seriedade filosófica deve ser levantado, não devemos expor um significado de uma palavra a todos os contextos em que as mesmas podem ser aplicadas.
Acredito que a teoria da evolução segundo Darwin está correta, se for o caso de estar errada e houver uma revisão que realmente negue suas afirmações, então estarei disposto a mudar minha aceitação, pois diferente de Deus, a teoria de Darwin não depende de crença para existir, ela é acreditada("Sim") por suas afirmações e experimentações até que seja provada falsa.
"Como não somos deuses e, presunçosamente, pensamos que conhecemos alguma coisa, somos o meio termo.": nota de seriedade: Tome cuidado com qualquer afirmação que limite alguém à causas, principalmente se essa causa for sobre o entendimento humano. Não conhecer alguma coisa não deve ser tornar causa para limitar o entendimento humano. Qual homem sozinho pode montar um computador desde o início? Devido a complexidade de criar um computador, homem nenhum concegue montar um sozinho, criando hardware, processador, software básico e aplicativos, porém essa limitação não nega a existência de computadores.
Realmente existe um individuo invisível que sabe tudo e esta em todos lugares ao mesmo tempo, esse individuo se chama ciência, o grande orgão humano que sabe tudo, cria tudo e não está em lugar nenhum.
Parte 02:
ResponderExcluir"Se não temos conhecimentos de tudo, o restante será via crenças. São justificativas para quais não temos compreensão.": Não concordo. Textualmente você apela a uma resposta para tudo e não uma explicação, filosoficamente acredito que você reconhece a diferença entre as duas.
Tempos atráz Deus era a resposta("Aulas de ETIOLOGIA" ), lembra-se do castelo Ratimbum? Quando o Zequinha perguntava e a resposta era sim? Pois é por que sim é resposta, mas não é explicação. Deus responde o porquê da chuva, porém como ele faz a chuva? A explicação para a chuva mostra que não existe relação nenhuma entre a chuva e Deus("São Pedro")."Por isso a necessidade de acreditar, para fechar um conjunto de axiomas para que possamos agir.".
"Qual a saída, então, para quem achava que poderia ser uma pessoa cética? Uma pessoa que consegue duvidar de tudo até que encontre a verdade não existe.": Qual a saída então para que não acreditava que não poderia sentir atração sexual pela propria mãe no contexto da palavra gostar? Poxa ainda vejo a mesma imposição da palavra cético em diferentes aplicações, você acredita em fada? Se sua resposta for não, então você é cético sobre as fadas, logo você não acredita em tudo, logo você está hagindo hipocritamente em seu próprio artigo.
"Acreditar, mas não ter medo de mudar de fé. Duvide até melhorar. Acreditamos porque precisamos agir e agimos porque precisamos desacreditar.": Sou crente na inverdade de que existe algo que não acredito que existe? sou descrente na descrença da inexistência de um ser possivelmente inexistente?
Bom, muito bom o artigo o final me embananou, você fez uma nota de duvidar de tudo pra obeter explicações, isso eu não entendi corretamente, seu clamor no início era de que os céticos acreditavam em algo, você teceu comentários sobre uma potencial hipocrisia dos que assumem o ceticismo, porém no final você empurra o leitor aduvidar de tudo.