Ele anda, fala e tem um coração batendo, mas não é humano – é primeiro homem totalmente biônico do mundo.
Como o monstro Frankenstein, improvisado
a partir de uma mistura de partes do corpo, o homem biônico é um
amálgama das próteses humanas mais avançadas – desde membros robóticos
até órgãos artificiais e um sistema circulatório de bombeamento de
sangue.
Walker e Matthew Godden montaram o homem biônico a partir de órgãos artificiais doados por laboratórios de todo o mundo.
“Nosso trabalho era montar uma grande
coleção de partes do corpo, transformando essas peças em um homem
biônico”, Walker disse durante uma entrevista. Mas não é tão simples
como montar Lego. “Você geralmente coloca uma parte protética em um ser
humano que não tem essa parte, mas nós não tínhamos nenhum ser humano –
nós construímos um para que os componentes protéticos pudessem ocupar.”
O robô custou quase US$ 1 milhão para
ser construído, e embora tenha uma precisão e variedade incrível de
movimentos, de vez em quando ainda deixa cair a bebida de um copo. ”Ele
não é o melhor bartender do mundo”, brincou Walker.
O robô ostenta um par de tornozelos e
pés robóticos projetados por Hugh Herr, do Instituto de Tecnologia de
Massachussets (MIT), que perdeu suas próprias pernas depois de ficar
preso em uma tempestade de neve quando adolescente.
Para apoiar suas pernas protéticas, o
homem biônico usa um exoesqueleto robótico chamado “Rex”, feito pela Rex
Bionics, na Nova Zelândia. Seu estranho jeito de caminhar o torna mais
Frankestein do que nunca.
Órgãos feitos artificalmente
Mas não termina aí – o homem biônico
também usa um conjunto quase completo de órgãos artificiais, incluindo
um coração, pulmões, traquéias, pâncreas, baço, rins e um sistema
circulatório funcional.
O coração artificial, feito pela
SynCardia Systems em Tucson, EUA, foi implantado em mais de 100 pessoas
para substituir seus corações enfermos enquanto esperavam por um
transplante, disse Walker. O sistema circulatório, construído pelo
pesquisador médico Alex Seifalian, da University College London,
consiste em veias e artérias feitas de um polímero usado para criar
órgãos sintéticos.
Embora não seja ‘completo’, o cérebro do
homem biônico pode imitar algumas funções do cérebro humano. Ele tem
uma prótese de retina que pode restaurar a visão limitada de pessoas
cegas. Ele também ostenta um implante coclear, reconhecimento de voz e
sistemas de produção de fala.
O homem biônico simula com sucesso cerca de 2/3 do corpo humano. Mas ele não tem alguns órgãos importantes, incluindo o fígado, estômago e intestinos, que ainda são muito complexos para serem reconstruídos em laboratório.
O homem biônico traz à tona algumas questões éticas e filosóficas: A criação de algo tão humanóide ameaça as noções do que significa um ser humano? Até onde podemos melhorá-lo?
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